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Responsabilidade civil e custódia: comentário à sentença Cass. civ., Sez. III, Ord. n. 22801 de 2017

A responsabilidade civil, em particular aquela decorrente da custódia de bens e vias públicas, representa um tema de grande relevância jurídica. A sentença da Corte de Cassação n. 22801 de 2017 oferece indícios significativos a respeito da responsabilidade do Município em um caso de acidente de trânsito. Vamos analisar os pontos principais dessa decisão.

O caso e a dinâmica do acidente

Em 2001, B. M., jovem motociclista, sofre um grave acidente devido a uma vala não sinalizada na estrada municipal de Pozzolengo, que o leva a perder o controle do veículo e colidir contra uma mureta de proteção defeituosa. Em primeira instância, o Tribunal de Brescia reconhece a responsabilidade do Município, condenando-o a indenizar danos significativos. No entanto, a Corte de Apelação reverte a sentença, excluindo a responsabilidade do Município e atribuindo a causa do acidente à conduta imprudente do jovem.

As motivações da Corte de Cassação

A Corte de Cassação, analisando o recurso, se detém em vários aspectos jurídicos significativos. Em particular, destaca que:

  • A responsabilidade ex art. 2051 c.c. implica um ônus de prova a cargo do autor para demonstrar o nexo causal entre a conduta do guardião e o dano sofrido.
  • A Corte de Apelação errou ao não considerar adequadamente o papel da mureta de proteção defeituosa, que teve um impacto direto na agravação das lesões sofridas pelo motociclista.
  • A função de proteção das barreiras de proteção deve ser interpretada não apenas como prevenção da saída dos veículos, mas também como proteção dos usuários da estrada contra consequências graves em caso de acidentes.
A função da disposição da barreira lateral é a de diminuir a periculosidade do trecho da estrada onde ela está colocada.

Conclusões e implicações legais

A Cassação acolhe o recurso de B. M. em relação à agravação das consequências danosas devido à mureta de proteção defeituosa, remetendo a questão à Corte de Apelação para uma nova avaliação. Esta sentença sublinha a importância da manutenção das estradas e da responsabilidade das administrações públicas em garantir a segurança dos usuários. Além disso, evidencia como a dinâmica de um acidente deve ser examinada com atenção, considerando todos os fatores que podem ter contribuído para as consequências sofridas pela vítima.