A sentença da Corte Suprema de Cassação n. 4973 de 2022 oferece uma importante reflexão sobre a responsabilidade do contribuinte em matéria de omissão de declaração de rendimentos. Este caso, que envolveu L. L., evidencia as implicações legais ligadas à delegação das práticas fiscais a profissionais e o papel do dolo na prática de crimes tributários.
Neste caso, a Corte de Apelação de Turim confirmou a condenação de primeiro grau por omissão de declaração por parte de L. L., que não apresentou a declaração de rendimentos referente ao ano de 2014, evadindo impostos por um montante significativo. A defesa sustentou a inexistência do dolo genérico, afirmando que confiar em um contabilista isentava o contribuinte de responsabilidade. No entanto, a Corte reiterou que a obrigação de apresentar a declaração recai diretamente sobre o contribuinte, mesmo que este último delegue tais cumprimentos a terceiros.
O simples fato de ter confiado a um profissional a tarefa de preparar e apresentar a declaração não isenta o contribuinte da responsabilidade penal por omissão de declaração.
A Corte esclareceu que o dolo genérico, para a configuração do crime de omissão de declaração, pode ser inferido não apenas pela magnitude da omissão, mas também pela consciência do contribuinte a respeito do montante dos impostos devidos. Em particular, o fato de L. L. ter apresentado posteriormente outras declarações de forma irregular reforçou a prova de sua intenção de evadir impostos. A jurisprudência consolidada afirma que a responsabilidade penal por crimes tributários é pessoal e não pode ser delegada.
A sentença n. 4973/2022 da Corte de Cassação representa um importante precedente na jurisprudência italiana referente a crimes tributários. Sublinha a necessidade de os contribuintes estarem sempre informados e conscientes das suas obrigações fiscais, mesmo quando se utilizam de profissionais para a gestão das suas práticas. Esta decisão serve para lembrar que a delegação não pode substituir a responsabilidade pessoal e que a vigilância sobre o trabalho dos profissionais é fundamental para evitar desagradáveis consequências legais.