A sentença n.º 45829 de 6 de dezembro de 2024, proferida pela Corte de Cassação, oferece interessantes reflexões sobre a disciplina das penas substitutivas de penas de prisão curtas, em particular à luz da Reforma Cartabia. Esta decisão esclarece a questão da competência do juiz de reenvio em caso de anulação de sentenças de condenação e as modalidades de aplicação das penas alternativas.
A Reforma Cartabia, implementada pelo decreto legislativo n.º 150 de 2022, introduziu importantes novidades no panorama jurídico italiano, em particular no que diz respeito às penas substitutivas. O art. 95 deste decreto estabelece disposições transitórias que se aplicam a processos pendentes, gerando um impacto significativo na gestão dos pedidos de substituição da pena.
Penas substitutivas de penas de prisão curtas - Disciplina transitória ex art. 95 d.lgs. n.º 150 de 2022 (a chamada Reforma Cartabia) - Processos pendentes perante a Corte de Cassação - Anulação com reenvio da sentença de condenação apenas quanto às disposições acessórias - Decisão relativa ao pedido de substituição da pena - Competência funcional do juiz de reenvio - Existência - Caso concreto. Em caso de anulação com reenvio de sentença de condenação proferida, em grau de apelação, anteriormente à entrada em vigor do d.lgs. 10 de outubro de 2022, n.º 150, a competência para decidir sobre o pedido de aplicação de penas substitutivas de penas de prisão curtas cabe, nos termos da disposição transitória de que trata o art. 95 do referido d.lgs., ao juiz de reenvio, mesmo no caso em que a anulação se restrinja a disposições acessórias diferentes da determinação da responsabilidade ou da imposição das penas principais. (Em aplicação do princípio, a Corte anulou a decisão proferida após anterior anulação relativa à duração das penas acessórias, com a qual havia sido declarada inadmissível a pedido de substituição da pena de prisão por trabalho de utilidade pública com o fundamento errôneo de que a demanda não havia sido formulada no anterior julgamento de apelação, nem com o recurso para cassação).
A Corte esclareceu que, em caso de anulação com reenvio, cabe ao juiz de reenvio examinar os pedidos de substituição da pena, mesmo na presença de disposições acessórias. Esta decisão é fundamental, pois elimina quaisquer incertezas quanto à competência do juiz, garantindo assim maior segurança jurídica e uma aplicação mais eficaz das medidas substitutivas.
A sentença n.º 45829 de 2024 representa um passo em frente na clareza normativa relativa às penas substitutivas e à competência do juiz no contexto da Reforma Cartabia. Através desta análise, torna-se evidente a importância de seguir as indicações da Corte, que tem o dever de garantir um sistema jurídico equitativo e eficaz. Os profissionais do setor jurídico devem prestar especial atenção a estas disposições, para fornecer aconselhamento adequado aos seus clientes.