Em 3 de abril de 2024, o Tribunal de Cassação emitiu o acórdão n.º 8759, relativo ao cancelamento da transcrição da ação judicial em situações de extinção por desistência da ação. Esta decisão oferece importantes esclarecimentos sobre o procedimento legal relativo à gestão das transcrições imobiliárias e à sua relação com as desistências e aceitações das partes envolvidas.
A questão central abordada pelo Tribunal diz respeito à interpretação do artigo 2668.º do Código Civil, que estabelece as modalidades de cancelamento da transcrição da ação judicial. O Tribunal salientou que, no caso de extinção do processo por desistência da ação, é necessário proceder a uma ordem judicial de cancelamento da transcrição, uma vez que tal extinção é equiparável à cessação da matéria em litígio.
Julgamento de legitimidade - Extinção por desistência e aceitação - Ordem judicial de cancelamento da transcrição da ação, nos termos do art. 2668.º do Código Civil - Necessidade - Fundamento. No julgamento de cassação, tanto na hipótese de extinção por desistência (aceita), quanto no caso de declaração de cessação da matéria em litígio, deve ser judicialmente ordenada a cancelamento da transcrição da ação judicial, sendo tais decisões substancialmente assimiláveis à hipótese de extinção do processo por desistência da ação, expressamente regulada pelo n.º 2 do art. 2668.º do Código Civil.
Esta máxima esclarece que o cancelamento da transcrição não é apenas uma prática, mas uma obrigação para o juiz, a fim de garantir a certeza do direito e a regularidade das publicidades legais.
As implicações desta decisão são múltiplas, especialmente para os profissionais do setor jurídico e imobiliário. Eis alguns pontos-chave:
A decisão oferece, portanto, uma importante oportunidade de reflexão sobre a gestão das controvérsias legais e a necessidade de uma abordagem proativa por parte dos advogados.
Em conclusão, o acórdão n.º 8759 de 2024 representa um passo significativo para uma maior clareza na gestão das transcrições e no respeito dos procedimentos legais. A necessidade de uma ordem de cancelamento em caso de extinção por desistência é um elemento fundamental para garantir a certeza do direito e a tutela das partes envolvidas. Os operadores do direito são chamados a prestar especial atenção a estes aspetos, para assegurar uma correta aplicação das normas e uma gestão eficiente das controvérsias.